Aventureiro afamado
Canta o fado toca viola
Passarinho condenado
Prisioneiro na gaiola.
A riscada aventura
De tanto quisera ter
Não deu atenção à ternura
Com ela não quer conviver
Triste, só e abandonado.
De tanta riqueza tinha
Nada tem na sacola
Sem trigo, não há farinha.
Iludido, só pensa na rambóia
Lamentos espalhando
De esperança à noitinha.
Brandas, iras suspiros magoados
Acontecimentos do passado
Vigorante saudade crente
Do amor desperdiçado
Que a sua alma sente!
(Eduardo Maria Nunes)